quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Qestoes para Debate
Sobre Pluralismo Cultural
José Jorge de Carvalho na finalização do seu texto "O lugar da cultura tradicional na sociedade moderna" afirma que muito anima ele e os envolvidos na discussão conceitual sobre as culturas e folclore, pensar na construção de um pluralismo cultural. Para Jorge o cidadão brasileiro tem pequena capacidade de cultivar mais de uma tradição cultural alheia.
Olhando para o Congado vemos um pluralismo religioso, ou seja, uma capacidade do congadeiro de cultivar mais de uma religião e de conviver nessa relação. Por essa perspectiva poderíamos pensar que esse grupo está mais perto também de cultivar um pluralismo cultural?
Essa é uma das questões que espero que seja colocada em discussão. Tenho outras, mas prefiro colocar na hora do debate....
beijos ......
Lais Batista Costa
Questões para discussão no debate do dia 23/10/08:
Na Carta do Folclore Americano há uma preocupação quanto a desaparição do folclore atribuída à perda da identidade ou tradição dos povos. A partir disso surge a questão: Será que a identidade cultural de um povo se dá apenas pelos aspectos tradicionais, nascidos há anos atrás e mantidos até o presente momento, e as manifestações culturais recentes não configuram-se como identidade de um povo?
Porque há um interesse maior da elite na cultura de massa do que para a cultura popular? Essa cultura de massa caracteriza uma identidade popular?
Por Ana Célia Gomes Vieira
Relatório referente às aulas de campo: “Serra do Salitre” - 07/09/08 e “Festa de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito - 12/10/08”
Mesmo sendo uma manifestação religiosa podemos observar claramente características teatrais como figurinos, adereços e até mesmo situações teatrais que mesmo sendo manifestadas através da dança, nos permite esta percepção.
Na Serra do Salitre a receptividade foi maravilhosa, o seu João nos disse para ficarmos a vontade e isso nos deu conforto, mas acredito que seja pela presença da professora Renata e dos baiadores que o seu João já conhecia e sabia o que estávamos fazendo lá. Na serra do salitre me senti mais em casa do que aqui em Uberlândia na festa do congado, pois percebíamos que quando chegávamos mais perto, perguntávamos algo ou pedíamos para tirar foto eles ficavam mais receosos, e até desconfiados. O baiadô também me parece se sentir mais a vontade na serra do salitre do que aqui em Uberlândia, eles dançaram e participaram mais na casa do Seu João na Serra do salitre, até eu “entrei na dança”.
Talvez essa diferença na receptividade aconteça pelo tamanho da festa e pela forma com o que é organizada. Na Serra do Salitre a festa parece ser mais autêntica, organizada pelos próprios ternos de congado, a festa tem “cara” de tradição e por ser menor dá a sensação de aconchego, mais fervor na devoção e ao tocar muito mais “moeção” (como eles mesmos dizem).
Parece-me que esse ano foi um dos primeiros que a festa de Uberlândia teve parceria com a igreja, acho que algumas coisas funcionam nessa parceria, como a pessoa que anuncia os nomes dos ternos, pois facilita a identificação de cada um e outras coisas não dão certo, como a curta passagem e apresentação na porta da igreja e o próprio festeiro mandando que saíssem às pressas, acredito que isso tire a característica da festa do congado, pois eles não se sentem a vontade dessa forma, pude ouvir capitães de vários ternos dizerem que suas apresentações ensaiadas o ano todo estavam sendo aceleradas e que não estavam contentes com isso, um desses capitães foi Zé Pedro do terno Marinheirão que disse isso durante uma conversa com a professora Renata Meira, mas eles acabam tendo que aceitar essa interferência da igreja já que é uma condição para o recebimento da ajuda de custo da prefeitura.
Quanto às danças e a organização dos ternos no espaço, tanto na Serra do Salitre quanto em Uberlândia, percebo características ritualísticas e também dramáticas, isso porque as apresentações seguem uma coreografia, há uma grande preocupação com as posições de cada um no espaço, existem também uma ordem de apresentação das músicas e versos, principalmente na festa da Serra do Salitre onde pude acompanhá-los mais de perto e perceber que eles fazem versos e os cantam em todos os momentos, para agradecer a comida, para recepcionar os convidados e também para se despedir dos convidados. Assim como o Baiadô que criou versos musicados para reverenciar o dono da casa que tão bem nos recebeu, o refrão de uma das músicas que eu mais gostei e que faz essa homenagem ao Seu João é o seguinte:
“Serra do Salitre
Moçambique bonito
Sopro do vento
Encantado João!”
Não tive oportunidade de observar uma única pessoa por completo já que as tentativas de aproximações foram dificultosas, pude observar alguns pontos e outros que dependiam de um contato mais próximo não foi possível. Observei um dos integrantes do terno Raízes, um caixeiro, mas além de caixeiro ele devia ter alguma outra função no terno, talvez fosse capitão também, pois ele se vestia igualmente ao capitão Claudinho e a alguns outros integrantes, se vestiam de forma diferenciada dos demais com uma farda verde quase toda de renda enquanto os outros soldados se vestiam de branco com alguns detalhes em verde. O que me chama mais atenção neste integrante é a elegância com que ele se porta, anda e toca, são movimentos bem precisos que trazem uma beleza diferente para o terno.
Aí me vem uma questão que por incrível que pareça não me lembrei de perguntar a ninguém: Um terno possui apenas um capitão, ou são vários dentro de um mesmo terno?
Comparações:
Características que me chamaram atenção nas manifestações de dança do congado, que nomeio de dança - teatral por ser uma coreografia bastante elaborada esteticamente:
Serra do salitre – Luta de bastões; mais simplicidade e enfeites confeccionados artesanalmente; basicamente negros;
Uberlândia – Dança da fita; fardas mais elaboradas, mais brilho e ostentação; Negros e brancos, mas maioria de negros;
Em ambas as manifestações há presença de muitas crianças e até bebês no congado, todos eles de farda e alguns até tocando as caixas, acredito que essa presença afirmativa das crianças afirma a característica de tradição no congado.
A principal característica que diferencia os Moçambiques dos outros ternos de congado são os guizos nas pernas, que além de dar um som diferenciado, permite aos portadores se “mostrarem” melhor e com isso dar um aspecto mais teatral ao terno.
No texto de orientação de pesquisa de campo para a festa do congado foi dito que é necessário tentar se distanciar emocionalmente do objeto pesquisado para que a pesquisa se aproxime mais da realidade ao invés de uma visão pessoal, mas por mais que eu tentasse me distanciar e assim me colocar na posição de pesquisadora tive grande dificuldade, pois o encantamento pelo contato e conhecimento recente do congado me faz ter ainda uma visão muito romântica, porque mesmo que eu tenha tido uma contato com o congo na minha infância eu não conhecia as características religiosas e culturais que está intrincada na festa.
Por Ana Célia Gomes Vieira
terça-feira, 21 de outubro de 2008
debate
Serão debatidos temas pertinentes aos textos lidos (José Jorge de Carvalho , Cássia Frade e Roberto Benjamin e os dois textos da revista do LUME) em diálogo com as pesquisas de campo realizadas.
Todos podem e devem enviar pontos para nortear o debate.
Os pontos devem ser publicados neste blog até quinta feira às 10hs.
(publicar os pontos, além de contribuir para o debate, mostrará seu envolvimento e participação na disciplina)
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Na percepção de aspectos teatrais nessas três pesquisas de campo tomo como pontos de aprofundamento as músicas, falas e situações dramáticas. Para a pesquisa sobre as músicas sigo na apreensão e análises de roteiro de apresentação não só dos ternos de Congado, como também do grupo Baiadô.
Em nossa experiência na Festa do Congado da Serra do Salitre pude ver a organização dos ternos quanto às chegadas, agradecimentos e despedidas em relação à festa e aos outros ternos envolvidos. Isso se dava principalmente no uso do espaço, das músicas e gestos que compõem as situações dramáticas.
Podemos chamar de situações dramáticas as chegadas dos ternos ou do grupo Baiadô na casa do Sr. João, pelo diálogo que se estabelece entre a casa do Sr. João e os grupos convidados. O diálogo da chegada segue uma ordem de apresentação do grupo, saudação à casa, à família e a Santa que se encontra em um altar. Essa comunicação tem como meio principal as músicas cantadas pelo grupo que chega. Um exemplo é o verso a seguir cantado pelo grupo Baiadô em sua chegada na casa do Sr. João.
Oh Luzia cumade, cadê seu João
A Rainha chamou, a Rainha chamou
O seu João maçambiqueiro
A Rainha chamou, a Rainha chamou...
Vou amassar barro no tabatingal
Vou amassar barro no tabatingal
É com o pé direito que eu vou pisar
É com o pé no terreiro que vou pisar...
O primeiro verso anuncia que o grupo está chegando e procura pelo capitão que o convidou, chamando-o para fora de sua casa para recebê-lo. Já o segundo diz que ao entrar naquela casa o grupo quer trazer sorte à família ao pisar com o pé direito.
Outras músicas foram cantadas antes de tomar o café oferecido pelo dono da casa fazendo referências ao café oferecido no encontro passado. Os versos são cantados em agradecimentos pela comida, pela recepção e na despedida do grupo da casa e da festa. São situações observadas tanto no grupo Baiadô, quanto nos ternos de congado. A seguir, um verso do Moçambique Nossa Senhora do Rosário de Santana de Patos que também esteve na casa do Sr. João.
Eh Jesus, Jesus de Nazaré
Eh Jesus, Jesus de Nazaré
Deus lhe pague sua janta
Agradeço seu café.
No Encontro de Moçambiques do dia 25 de Setembro temos também uma situação dramática que compreendia um leilão e comemoração do aniversário de Renata Meira que foi também quem organizou o leilão.
Na chegada do terno de moçambique Raízes cantou-se o seguinte verso:
Hoje tem alegria
Hoje tem alegria
Hoje tem alegria, mamãe do Rosário
Hoje tem alegria.
O terno expressa nesses versos a alegria em comemorar junto a Renata Meira seu aniversário. A homenagem se deu não só nos versos como também no desenho de uma coroa que os moçambiqueiros fizeram com seus bastões sobre a aniversariante.
Como em costume do leilão os moçambiqueiros cumprimentaram também a Santa que estava no altar com versos e na reza do terço.
No último dia 12 de Outubro na Festa do Congado de Uberlândia vi durante o cortejo algumas situações que podemos chamar de dramáticas. Um exemplo é a ordem de abertura do cortejo. O primeiro terno a chegar ao ponto de partida foi o terno Moçambique Guardiões de São Benedito que poderia ser o que iria abrir o cortejo por ser Moçambique, mas com a chegada de um terno mais tradicional o Azul de Maio o terno do Guardiões de São Benedito teve que abrir espaço para a passagem do Azul de Maio que abriu então o cortejo.
Ao chegar à porta da igreja que é o espaço dessa “dramatização” cada terno canta para a Santa versos em sua homenagem, saúda também a irmandade e anuncia sua chegada. Abaixo o exemplo do terno Marinheiro Azul de Maio.
Nossa Senhora Aparecida
Nossa Senhora Aparecida
É a luz do meu caminho
Proteção da minha vida.
Pela honra de Nossa Senhora
Pela Glória de São Benedito
Pela honra de Nossa Senhora
Pela Glória de São Benedito
Muita paz, muita paz, muita paz irmandade
Nesse dia tão bonito.
Chora Roseira, Roseira Chora
Chora Roseira, Roseira Chora
Chora Roseira Azul de Maio chegou agora
Chora Roseira Azul de Maio chegou agora.
Como primeiras percepções vejo nos cortejos e procissões dos ternos de congado comportamentos organizados que constituem situações de comunicação com outros ternos, com a igreja, com os santos de sua fé, com os espectadores das festas e com a irmandade.
Laís Batista Costa 16/10/08
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Encontro de Moçambiques no Patrimônio 25/09
domingo, 12 de outubro de 2008
Relatório dia 11/10 - novena e leilão
O organizador do evento chamou pelo microfone o Capitão Claudinho do Patrimônio. Acredito que este era justamente o que usava uma vestimenta diferenciada, fumava um cachimbo e dava algumas ordens ao restante do pessoal. Quem usava um apito ditando a canção era um rapaz magro e alto, mas não era o capitão. Percebi que o grupo não estava tão grande e as mulheres e crianças não usavam as roupas brancas. Quem as usava eram apenas 5 ou 6 homens, inclusive o capitão, que além disso, usava muitos colares e um adorno na cabeça. A música começou. Os garotos tocavam com muita energia, pulavam, dançavam muito.
A praça estava bem iluminada, com algumas barraquinhas vendendo artigos e doces, mas havia pouco público. Pelo que pude entender, a maioria das pessoas que estavam ali para assistir ou faziam parte do movimento congadeiro ou já participaram antes de alguma festa como aquela, pois sabiam as letras das músicas e dançavam conforme.
O terno entrou carregando dois paus de fitas coloridas e os homens usavam uma espécie de bengala ou cajado. Eles foram caminhando até os degraus da igreja e a música dizia que haveria uma recoroação ali, da coroa da glória. Como eu estava na lateral, não pude ver tudo muito bem, mas uma coisa me chamou a atenção: uma mulher loira, do cabelo comprido e liso, vestida de roupa vermelha, muito bonita e beirando uns 30 anos, saiu de dentro da igreja, foi pro meio da roda, e aqueles que tinham o cajado o entenderam sobre ela, formando uma pirâmide, ficando a mulher no centro. Depois disso, ela levantou-se e saiu. A música falava sobre Nossa Senhora ser coroada, então pensei: será que esta mulher está representando Nossa Senhora? Mas porque esta mulher? Afinal de contas, ela nem estava desde o começo da entrada do terno, ela saiu lá de dentro da igreja, e, convenhamos, era uma mulher bem loira! Pode parecer estranho da minha parte, mas foi algo que realmente ficou martelando na minha cabeça. Porque ela?
Quando o terno saiu, ainda tocando e dançando muito, abriram a oportunidade pras pessoas de fora dançarem também. Daí uma boa parte daquelas pessoas do público foram pro meio deles, cantando e dançando junto. O organizador anunciou a festa do dia 12 e convidou o público.
Não pude deixar de notar o seguinte: pareceu-me que nesta noite o terno não estava muito empenhado naquele pequeno desfile. A música sim, estava bem empolgada, mas os integrantes do terno, em geral, pareciam estar mais preocupados do que empenhados. É que, a todo momento, eu via o capitão ou o rapaz com o apito olhando pra trás, chamando alguém, restabelecendo as posições de cada um no espaço e coisas deste tipo. A mulher loira, por exemplo, quando saiu da igreja, estava ao celular. Desligou a ligação e só então foi pro seu posto. Depois saiu e voltou a conversar com alguém. Não sei por que também as pessoas não estavam usando seus figurinos. Um palpite que pensei foi o fato de que a festa do dia 12 demandaria deles muita energia, todos os figurinos, todos os integrantes, enfim, e que eles estariam ansiosos e mais preocupados com o dia seguinte.
Darlene Garcêz.
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
Cada estudante deverá participar de pelo menos, duas atividades de campo
Serra do Salitre - dia 07 de setembro
Encontro de Moçambiques no Patrimônio - dia 25 de setembro
Há ainda a novena em andamento
a festa do dia 12 - que é atividade obrigatória
e as visitas e despedidas no dia 13 de outubro - segunda feira
Cada estudante, além da festa do dia 12, deverá participar de , pelo menos, mais uma atividade de campo.
Fiquem atentos, pois as oportunidades se encerram dia 12 de outubro
Pesquisa de Campo Para o Teatro
Cada um deve escolher uma pessoa para acompanhar e centralizar o olhar para cada um destes aspectos de teatralidade.
O registro desta vivência deve ser inspirado nos textos sobre a pesquisa para mimese corpórea das revistas do LUME – Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Teatrais – UNICAMP.
O relatório deverá reunir as experiências em campo realizadas, conter uma introdução analítica dos trabalhos de campo e o trabalho descritivo da observação de uma pessoa. Cada relatório, um por estudante, contendo todo o trabalho de campo, deverá ser postado neste blog até dia 16 de outubro.
Os textos estão disponíveis no xerox Ideal na Av. Segismundo Pereira.
Programação Festa do Congado
Leilões todos os dias a pártir das 19h30 com a presença dos ternos da cidade.
12 de outubro - Dia da Festa
6h - Alvorada festiva - em cada um dos quartéis - escute os fogos
9h - Desfile dos grupos de congado Congos, Marujos, Catupés e Moçambique, pela avenida Floriano Peixoto, com início na rua Cel. Antônio Alves Pereira. O encerramento será em frente à Igreja do Rosário.
10h - Levantamento dos mastros com as imagens de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito.
Dança das Fitas com o terno Marinheiro de São Benedito
12h – Cada terno vai para seu quartel almoçar.
16hs – visitas entre os ternos e ao reinado
17hs – chegada das coroas na Igreja de N.S.Rosário
18h - Procissão com as imagens de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, começando em frente à igreja, seguindo pela rua Goiás, avenida Afonso Pena, rua Machado de Assis, avenida Floriano Peixoto, e encerrando novamente em frente à Igreja do Rosário.
19h - Missa Campal, na seqüência, coroação da imagem de Nossa Senhora do Rosário e troca de coroas para escolha dos festeiros do próximo ano.
Segunda - e a festa continua
Durante o dia - visitas dos ternos pela cidade
a partir das 19h30 - ternos vão à igreja se despedir - emocionantequinta-feira, 2 de outubro de 2008
relatórios e convite para ser autor neste blog
Postados abaixo por mim.
A postagem por comentários dificulta a socialização dos textos.
Por isso encaminhei convites para que todos possam postar no blog.
Assim, os relatórios poderão ser lidos com facilidade e comentados pelos colegas.
Ao receber o convite, publique seu relatório de pesquisa de campo.
Tiraremos as dúvidas em sala, mas se elas persistirem peça ajuda para Victor e Welerson.
Relatórios Recebidos em Comentários
Victor
Começo a discorrer sobre a relação pessoal de recepção. Pude observar no dia 7 de setembro uma grande recepção entre as pessoas e o tanto que um pensamento de normas de conduta social interfere na recepção de culturas. A exemplo disso falo sobre o senhor que dançou com a gente na roda no meio da praça, logo após a procissão; a mulher desse senhor se sentiu tão envergonhada que não quis participar da roda, não interagiu e portanto, não teve a receptividade necessária para participação de uma brincadeira ou jogo cultural. E também nem se comemora a independência do país, o problema de cultura no Brasil está enraizado, muito bem enraizado.
Devido a isso chego ao pensamento de Durk Heim, de que, as pessoas se colocam fora de algo por causa de um consciência coletiva a qual o suprime e determina o seu pensamento. Quem despontar esta nuvem de pensamentos é suprimido e devido a isso, as pessoas não praticam, ou não são tão receptivos a algo, por causa do medo da opressão dessa consciência.
Agora pergunto: será que nós não pecamos ao fazer e/ou estabelecer esta quebra de consciência coletiva do congado ao “invadirmos” a festa deste povo que é carregado de devoção e tradição. Por isso na primeira postagem eu disse sobre a necessidade de pesquisar os métodos de pesquisa antropológicos para não quebrarmos uma tradição cultural.
Quanto à receptividade da cultura do congado, pude perceber que durante a festa eles permanecem abertos, mas penso que, devido aos comentários na aula passada, eles não são tão abertos assim. Tanto que permanecem, de certa forma, no anonimato. Daí vem à questão: se eles são tão anônimos, perante a grande sociedade, porque escolheram este anonimato?
Quanto à relação com minha arte, não sei responder nem retirar fragmentos que relacione com minha arte; devido a nem eu saber ao certo qual minha arte. Esta pergunta bate em minha cabeça desde a disciplina de PIPE 3. Quanto às comparações, faço relação apenas da devoção e animação que os moçambiqueiros estabelecem ao realizar a dança e a cantoria. Isto sim eu consegui fazer paralelo com minha arte, pois é o que sinto quanto faço algo verdadeiro e de que gosto. É como ouvir uma musica que te anima e te agrada muito, só que é você que esta tocando a música.
Welerson
Logo ao chegar a casa de Sr. João fiquei impressionado pela tamanha hospitalidade. Como disse Renata, Serra do Salitre é uma cidade de 1º, a simplicidade e humildade das casas e das pessoas me remetem a infância, a casa dos avós... Fogão de lenha, quadros pendurados em uma parede que já há muito tempo não recebe uma mão de tinta.
Mas não se enganem, a mesa é improvisada mas, a comida é farta e variada... Leite tirado na hora, bacias e bacias de comida, bolo que vira pão de queijo, e muita dança e música.
Para cada momento, uma música apropriada, seja para agradecer o almoço ou para despedida. Versos improvisados e muitos sorrisos.
É possível perceber que nesses momentos o estado, seja de quem toca, quem dança ou de quem canta, é outro. Um estado de quem faz para o divino... ou para o Sr. João.
Cada terno com suas particularidades, mas com uma grande devoção em comum. A religiosidade sempre presente, outra relaação que podemos fazer em relação ao teatro são os ritos.
O respeito que todos, a curiosidade, a simplicidade... São coisas que marcaram bastante essa viagem. As fardas, que podem (ou não) ser comparadas a figurinos, demonstram que são parte da festa, mas não é o principal. Algumas improvisadas, muitas cores e muitas fitas...
Vejo na minhas arte uma relação com a tradição. Desde que entrei no curso venho caminhando por essa lado, seja consciente ou incoscientimente. Sejam com jogos de tradição, com o trabalho de commedia dell'arte, enfim...
A tradição se mostra bem presente durante minha formação.
relatórios e convite para ser autor neste blog
Entendi que a maioria dos estudantes não está acostumada com este meio de comunicação
Encaminhei convites para que todos possam postar no blog.
Ao receber o convite, publique seu relatório de pesquisa de campo.
tiraremos as dúvidas em sala, mas se elas persistirem peça ajuda para Vitor e Welerson.