quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Encontro de Moçambiques no Patrimônio 25/09

Apesar de ter chegado um pouco tarde, pude perceber um pouco da felicidade dos moçambiqueiros!Quando cheguei, algumas pessoas rezavam o terço, outras andavam pela praça onde foi a festa, as pessoas conversavam e interagiam. Havia muitas crianças e algumas pessoas idosas, as quais me chamaram a atenção, pela simplicidade e pela alegria de estar ali. O ambiente me era muito familiar, me lembrei das reuniões de dia das mães e outras datas comemorativas em que minha família costuma se reunir.Me senti muito bem naquele espaço enfeitado por fitas coloridas, guarda-chuvas, lâmpadas e a decoração natural que misturava um ar de campo com cidade. O altar onde estava a santa, que infelizmente não me lembro qual era, estava lindo e muito enfeitado me fazendo recordar as novenas de fim de ano que eu sempre seguia com minha avó.Pouco tempo depois, anunciaram o lanche! Hum que delícia! Cachorro quente e guaraná, típico de festa infantil, mas que delícia mesmo!Durante o lanche começou o leilão, ai que pena, cadê o dinheiro pra arrematar algo, ou será que passa cartão?!Com o leilão a mil por hora do lado de fora, o povo se fartava de comida no salão de festas do Prédio em frente a praça, residência da senhora dona da festa! A voz do moço que chamava o leilão me atraiu para fora,era um rapaz muito bem apessoado,alto,de voz grave,com um turbante branco na cabeça, que sempre ia me pedir um lance quando já passava dos dez reais, e eu pobre coitada só tinha cinco na carteira...Fiquei reparando aquele moço, cujo nome não sei ainda, mas ele me chamou atenção de uma forma especial, porque tem um carisma, um jeito de malandro eleganterrimo que é bem próximo do personagem do malandro carioca.Só parei de prestar atenção nele, quando por acaso, um garotinho que acredito tenha menos de um metro de altura, começou a tocar um tambor.Ele tocava com tanta vontade que era impressionante!Descobri que ele tem apenas dois anos de idade e que sua avó dança no baiadô!Ele não podia ser de outro jeito!Houve uma passagem interessante em que entregaram as baquetas pra ele viradas de cabeça pra baixo, ele colocou na posição certa e continuou tocando.Quando o baiadô foi fazer a despedida, ele não parava de tocar , até que a senhora Renata Meira, pediu, "Artur, para de tocar um pouquinho senão eu não consigo, tocar a minha..." Foi mais ou menos assim, mas quem diz que ele deixou? Tomaram o tambor dele, ai foi triste, nem foi pirraça, era a alegria dele de tocar que estavam tirando, eu particularmente, fiquei com dó.Até que a avó dele entregou um tambor do baiadô para ele, mas ele não queria os tambores do baiadô , queria um igual ao dos moçambiqueiros que são maiores e fazem mais barulho, o tambor em pé era quase duas vezes o tamanho daquele toquinho de gente que insistia em tocar e "atrapalhar" a Renata (risos)! Depois de muito pedir ele se conformou com pequeno tambor e ficou ali, brincando com ele, olhava as baquetas e acho que pensava," que saco eu quero o grande!"Quando os moçambiques se despediram e saíram, ele queria segui-los! Achei engraçado, ele deixou a mãe, a avó, todo mundo pra tras pra ir com os moçambiqueiros! Este momento foi ímpar, reparar aquela criança tão pequena e desde já com raízes tão arraigadas, é quase inexplicável, eu queria levá-lo pra mim!

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