domingo, 12 de outubro de 2008

Relatório dia 11/10 - novena e leilão

Estive presente na igreja de Nossa Senhora do Rosário dia 11 de outubro, na ocorrência do leilão e da novena. Quando cheguei, estavam a postos os membros do Moçambique Raízes.

O organizador do evento chamou pelo microfone o Capitão Claudinho do Patrimônio. Acredito que este era justamente o que usava uma vestimenta diferenciada, fumava um cachimbo e dava algumas ordens ao restante do pessoal. Quem usava um apito ditando a canção era um rapaz magro e alto, mas não era o capitão. Percebi que o grupo não estava tão grande e as mulheres e crianças não usavam as roupas brancas. Quem as usava eram apenas 5 ou 6 homens, inclusive o capitão, que além disso, usava muitos colares e um adorno na cabeça. A música começou. Os garotos tocavam com muita energia, pulavam, dançavam muito.

A praça estava bem iluminada, com algumas barraquinhas vendendo artigos e doces, mas havia pouco público. Pelo que pude entender, a maioria das pessoas que estavam ali para assistir ou faziam parte do movimento congadeiro ou já participaram antes de alguma festa como aquela, pois sabiam as letras das músicas e dançavam conforme.

O terno entrou carregando dois paus de fitas coloridas e os homens usavam uma espécie de bengala ou cajado. Eles foram caminhando até os degraus da igreja e a música dizia que haveria uma recoroação ali, da coroa da glória. Como eu estava na lateral, não pude ver tudo muito bem, mas uma coisa me chamou a atenção: uma mulher loira, do cabelo comprido e liso, vestida de roupa vermelha, muito bonita e beirando uns 30 anos, saiu de dentro da igreja, foi pro meio da roda, e aqueles que tinham o cajado o entenderam sobre ela, formando uma pirâmide, ficando a mulher no centro. Depois disso, ela levantou-se e saiu. A música falava sobre Nossa Senhora ser coroada, então pensei: será que esta mulher está representando Nossa Senhora? Mas porque esta mulher? Afinal de contas, ela nem estava desde o começo da entrada do terno, ela saiu lá de dentro da igreja, e, convenhamos, era uma mulher bem loira! Pode parecer estranho da minha parte, mas foi algo que realmente ficou martelando na minha cabeça. Porque ela?

Quando o terno saiu, ainda tocando e dançando muito, abriram a oportunidade pras pessoas de fora dançarem também. Daí uma boa parte daquelas pessoas do público foram pro meio deles, cantando e dançando junto. O organizador anunciou a festa do dia 12 e convidou o público.

Não pude deixar de notar o seguinte: pareceu-me que nesta noite o terno não estava muito empenhado naquele pequeno desfile. A música sim, estava bem empolgada, mas os integrantes do terno, em geral, pareciam estar mais preocupados do que empenhados. É que, a todo momento, eu via o capitão ou o rapaz com o apito olhando pra trás, chamando alguém, restabelecendo as posições de cada um no espaço e coisas deste tipo. A mulher loira, por exemplo, quando saiu da igreja, estava ao celular. Desligou a ligação e só então foi pro seu posto. Depois saiu e voltou a conversar com alguém. Não sei por que também as pessoas não estavam usando seus figurinos. Um palpite que pensei foi o fato de que a festa do dia 12 demandaria deles muita energia, todos os figurinos, todos os integrantes, enfim, e que eles estariam ansiosos e mais preocupados com o dia seguinte.

Darlene Garcêz.

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